O SONHO DAS ÁRVORES
Era uma vez três árvores. Haviam crescido juntas numa montanha distante; árvores igualmente frondosas, é verdade, mas com sonhos diferentes. A primeira queria ser, quando cortada, um trono real, adornada com pedras preciosas e torneadas de modo a atrair a atenção de todos no palácio, tendo a honra de ser ocupada pelo rei. A segunda sonhava em tornar-se parte de um grande navio, cruzando os mares de maneira imponente, levando tesouros, riqueza e ouro de um porto para outro. A terceira queria ser a árvore mais alta de todas, crescendo em direção ao céu, de modo que todos que a olhassem, fossem levados a erguer os olhos para o Criador do Universo. Sonhos, apenas sonhos. A primeira árvore foi abatida pelo machado de um forte lenhador, mas não para ser o trono de um rei. Com ela fez simplesmente um humilde depósito de forragem e alimentos para os animais. Diariamente ela servia para alimentar as ovelhas e o gado numa rude estrebaria. Nenhuma honra, nenhum louvor, nenhuma glória... A segunda foi cortada também. Mas não para ser um grande navio. Fizeram com ela um pequeno barco de pescador. Nenhum tesouro, nada de moedas de ouro e prata; nenhuma viagem luxuosa através dos mares. Só peixe molhado com a água do mar e redes velhas de pobres pescadores. A terceira não teve destino melhor. Foi cortada e levada para os fundos de uma marcenaria, onde ficou aguardando algum destino útil. Jamais seria a mais alta e nobre árvore da colina. Mas algo aconteceu! O tempo foi passando e cada uma delas teve seu destino desviado. A primeira árvore viveu a aventura maior e a suprema honra no dia em que serviu como primeiro berço do Rei do Universo, quando este, ao nascer, não teve lugar senão na humilde estrebaria. Madeira nobre e honrada em seu humilde serviço. A segunda viveu o seu dia de glória quando o pescador, dono do pequeno barco, ofereceu sua humilde embarcação para servir de púlpito ao jovem pregador da Galiléia que, daquele barco, começou a proclamar a Boa Nova às multidões da Galiléia. Da terceira, foram utilizados dois pedaços, para que, com eles, se fizesse uma cruz. Ela foi carregada nos ombros cansados do Mestre, e no alto da montanha, ficou para sempre apontando o caminho do céu. Ela é, até hoje, símbolo de esperança e salvação. Pois nela morreu o Rei do Universo para salvar a humanidade. Seu sonho realizou-se: ela era a mais alta e mais nobre árvore da colina.
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O VELÓRIO
Numa certa paróquia o padre, um tanto desanimado, celebrava a missa com um número bem reduzido de pessoas. Os fiéis tinham pouca fé e , raramente, participavam da celebrações e se envolviam nas atividades da comunidade. Diante dessa situação, o padre resolveu organizar uma solene cerimônia, como nunca havia acontecido na localidade. Com alguns metros de pano preto o padre cobriu todas a imagens da igreja, como se fosse a Sexta Feira Santa. Cobriu o próprio sacrário. No dia, arranjou um caixão na funerária de um amigo e colocou-o sobre uma mesa, com um espelho no interior, e convocou todos os fieis para a tão comentada celebração. No horário marcado, os paroquianos lotaram a Igreja, curiosos por saber de que se tratava. Ao verem o caixão, todos ficaram abismados e se perguntavam: - Quem faleceu?... Quem Faleceu?... Do altar, olhando seriamente para a assembléia, o padre disse: - Meus filhos, façam duas filas para que todos possam ver se despedir do querido falecido. A multidão, ainda mais curiosa, atendeu o pedido do padre e enfileirou-se para poder olhar no interior do caixão. Estranho, cada um só via o reflexo de sua própria imagem. Todos voltaram para seus lugares, se perguntando: - Afinal, o que aconteceu? Que história é essa? O padre endoidou de vez?. O padre, subindo novamente ao altar, encerrou a cerimônia dizendo: Caros fieis, vocês estão se perguntando qual é o sentido desta cerimônia? Vou logo explicar para vocês. Sim, este velório tem um falecido. Este falecido é “você”; você que esta registrado nos registros dos batizados desta igreja. No caixão, cada um viu a sua própria imagem. Pois é, como a Igreja somos todos nós, se não participarmos ativamente nela, a nossa comunidade cristã não sobreviverá: é fatalmente destinada a morrer. É o que está acontecendo!. Deu certo. A lição foi entendida por todos(as) e, a partir desse dia passaram novamente a viver sua fé e a participar da Igreja com fé e entusiasmo.
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DA TRISTEZA À ALEGRIA
Um homem andava sempre muito triste. Um dia, quando vagueava sozinho pelos campos, pensando apenas em desgraças, encontrou um jovem camponês. Este tinha um rosto sorridente e, ao olhar o desconhecido, perguntou-lhe: - Por que é que estás assim tão triste? - Por que me sinto imensamente só. - Também eu ando todo dia sozinho e não sou uma pessoa triste. - Então qual é o segredo da tua alegria? - Eu tenho um companheiro invisível: é Jesus Cristo. Sinto que Ele me acompanha e me ama. - E será que ele ama a mim também? O camponês lhe diz: - Vês lá adiante a nossa comunidade? Vês as casas? Vês as suas janelas? - Sim vejo tudo isso. - Então repara que todas janelas, mesmo as menores, são todos os dias iluminadas pela luz do sol. Talvez tu andes triste porque não abriste a tua janela ao verdadeiro Sol, que é Cristo Ressuscitado.
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A LARANJEIRA
Era uma vez um pomar cheio de árvores de frutas de várias espécies. Havia muita água na terra e, por isso, as árvores e as plantas não se preocupavam em afundar as raízes. Uma laranjeira daquele pomar resolveu, porém não seguir o conselho de suas amigas. À medida que ia crescendo, afundava pouco a pouco as suas raízes. Passaram os meses e, muito antes do tempo previsto, as árvores começaram a dar fruto. Só a laranjeira continuava a crescer lentamente. A outras árvores faziam brincadeiras com ela por não dar frutos: - Olhem para ela! Tem mania de dizer que é diferente! – afirmavam algumas. - Essa coisa de profundidade já não se usa! – retorquiam outras. - És tão curta nas idéias como no tamanho! –exclamavam outras. Mas a laranjeira sabia dar tempo ao tempo. Preparava-se cuidadosamente para produzir melhor. Quando o dono do pomar chegou perto dela, ficou intrigado. Mas, como a laranjeira aparentava boa saúde, decidiu não se preocupar: - Este ano não deste fruto, mas tem bom aspecto! Há de chegar a tua hora. Ao ouvir estas palavras, a laranjeira ficou feliz e continuou a afundar as raízes, até chegar à profundezas, onde a água era mais pura. Aconteceu que, passado algum tempo, veio uma grande seca. Muitas árvores secaram porque tinham as raízes pouco profundas. Vieram vendavais e tempestades, que arrancaram as outras. A laranjeira foi à única árvore que agüentou tudo. As suas raízes fundas foram mais fortes que todas as dificuldades. O tempo passado de sofrimento, enquanto crescia, deu-lhe muita experiência. E os seus frutos tornaram-se deliciosos.
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ENCONTRO COM DEUS
Certo dia o monge Demétrio recebeu a seguinte ordem: “Põe-te a caminho, porque Deus quer se encontrar contigo no outro lado da montanha”. O religioso pôs-se imediatamente a caminho. Mas, no meio da viagem, encontrou-se com um ferido que lhe pedia socorro. O monge, quase se m parar, explicou-lhe que não podia demorar, porque Deus estava à espera dele no outro lado da montanha antes do anoitecer, mas prometeu-lhe que voltaria assim que tivesse atendido a Deus. E continuou apressadamente seu caminho... Horas depois, quando o sol ainda estava alto, Demétrio chegou ao topo da montanha e sus olhos começaram a procurar por Deus. Mas, para sua surpresa, o monge encontrou apenas um aviso onde estava escrito: “Fui ajudar o ferido que tu deixaste abandonado e volto já! – Deus”.
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O GRANDE ARGUMENTO
Certo dia, um velhinho foi visitar um sacerdote. Queria que este o ajudasse a resolver as suas dúvidas de fé. Durante toda a vida fora ateu e não conseguia acreditar que Jesus tivesse realmente ressuscitado. Com tantos anos, ainda andava à procura das provas da ressurreição de Jesus. Quando entrou em casa do sacerdote, estava este a falar com uma pessoa. Mas logo que avistou o velhinho de pé no corredor, correu para ele sorridente e ofereceu-lhe uma cadeira para se sentar. Quando terminou e se despediu da pessoa, o sacerdote convidou velhinho a entrar e, logo que conheceu o seu problema, falou largamente com ele. Depois de um longo colóquio, o idoso ateu converteu-se e quis conhecer melhor os Evangelhos, receber os sacramentos e aprender a rezar. Satisfeito e, ao mesmo tempo, surpreendido por uma mudança tão repentina, o sacerdote lhe perguntou: - Depois desta nossa longa conversa, diga-me, por favor, qual foi o argumento que o convenceu de que Cristo ressuscitou e continuou vivo no meio de nós? O velhinho lhe respondeu: - Mais do que os seus argumentos, foi o seu gesto de me oferecer uma cadeira para eu sentar.
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A COISA MAIS BELA DO MUNDO
Um célebre pintor que tinha realizado vários trabalhos de grande beleza, convenceu-se, certo dia, de que ainda lhe faltava pintar a sua obra prima. Procurando o motivo para realizar seu sonho, pôs-se à caminho e dirigia-se por uma poeirenta estrada, quando encontrou um sacerdote idoso que lhe perguntou para onde se dirigia. - Não sei... – respondeu o pintor. Quero pintar a coisa mais bela do mundo. Talvez o senhor possa me orientar. - É muito simples, disse o sacerdote. Em qualquer igreja ou crença, você achará o que procura. A FÉ é a coisa mais bela do mundo. O pintor prosseguiu viagem. Mais tarde, passou por uma outra estrada e perguntou a uma jovem qual era a coisa mais bela do mundo. - O AMOR – replicou ela. O amor torna todas coisas bonitas, suaviza as lágrimas, torna ricos os pobres, faz muito do pouco. Sem amor não há beleza. Continuou ainda o pintor sua procura. Encontrando um soldado exausto, a ele também fez a mesma pergunta.: Qual é a coisa mais bela do mundo? O soldado respondeu: - A PAZ é a coisa mais bela do mundo. A guerra é a mais feia. Quando encontrar a paz, pode ter certeza de que encontrou a coisa mais bela. - FÉ, AMOR, PAZ... Como poderei pintá-la? – Pensou tristemente o artista e, desanimado, tomou o rumo de casa. Ao encontrar sua própria família, deu como coisa mais bela do mundo: nos olhos de seus filhos estava a fé, o amor brilhava no sorriso da esposa e ali havia a paz de que lhe falara o soldado. Dessa maneira, o pintor fez o quadro com a coisa mais bela do mundo. E, terminando, deu-lhe o seguinte nome: Minha Família.